sábado, 15 de novembro de 2008

Off Road???

- Ô meu, vamo andá neste sábado?

- Cara, to afinzão, e o tempo vai estar legal. Me diz uma coisa tu já ouviu falar do Viaduto 13?

- Nunca, onde fica isso?

- É uma ponte que passa uma estrada de ferro em Vepasiano Correia, para os lados de Guaporé.

Dei uma pesquisada rápida no google e fiquei inpressionado:

- Caraca, que troço maluco.

- Que tal ir de moto lá, não dá 200km de POA.

- É...mas tem um trecho de terra, parece pequeno, mas tem, e tu sabe né? Ir com Harley pra terra é meio arriscado.

- Ouvi falar que são uns 15km de terra, vamos tentar!!

- Tá ok...a genta se encontra amanhã no posto e vê o que faz.

Eu não estava levando fé nesta idéia do Douglas, mas, no fundo eu estava achando muito interessante conhecer este feito da engenharia civil, de toda forma era 9:30 da manhã de sábado e eu encontrei o Bernardo e o Gustavo no posto, o Bernardo passou pra dar um oi pra gente e foi para o seu curso de gastronomia, que diga-se de passagem é um nome chique para Artes Culinárias (Pelo jeito a Fran ta mandando ele pra cozinha), saimos eu e o Gustavo, iriamos encontrar o Douglas no trevo de Bom Retiro do Sul.




Tocada forte até Bom Retiro, 120 a 130 km/h (pra nós é forte pacas), estrada muito tranquila, o tempo nublado parecia que ia incomodar, até uma garoa fraca rolou. E eu pensando "O que que eu vou fazer de moto lá?? Acho que eu devia voltar e buscar o jipe...imagina se tá esta garoa lá?". Logo a nuvem se foi e o sol apareceu e pra valer. Logo estávamos em Bom Retiro e lá, o Douglas, claro que numa sombra esperando.



Depois foi Lajeado, Arrio do Meio, Encantado e paramos em Muçum para abastecer. A gente sabia que o acesso principal para Viaduto 13 fica em Muçum mas, perguntando para o cara do porto de gasolina, ele recomendou ir por Vespasiano se a gente quisesse pegar menos estrada de terra, segundo ele, dava uns 6 km a menos de terra, aceitamos a proposta e fomos para Vespasiano que ficava uns 5 km adiante de Muçum.

Entramos em Vespasiano, perguntamos onde ficava o acesso, e em seguida lá estava ela, a tão esperada estrada de terra.

Olhamos para estrada e encaramos!




Foram 12 km de chão até o viaduto, andando a 20km/h, por causa do calor, não dava pra ficar com jaqueta, aliás foi uma grande oportunidade para andarmos sem capacete, no meio do mato, que experiência fantástica.



Como dá pra ver esta estada não estava lá muito boa, podia até ser mais curta, mas passamos por trechos bem arriscados principalmente algumas descidas com saibro.

Fomos avistando vários viadutos no nosso percurso, até que chegamos no dito cujo 13. Realmente pudemos conferir que é algo impressionante.



Viaduto 13 é a denominação dada a um viaduto ferroviário existente na Ferrovia do Trigo, no trecho entre os municípios de Vespasiano Correa e Muçum, no Rio Grande do Sul. A denominação 13 tem sua origem no fato de ser o 13º de uma seqüência de viadutos que se inicia no centro da cidade
de Muçum, conhecida como a "Princesa das Pontes". Foi construído pelo 1º Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro durante a década de 70, tendo sido projetado desde o final da Segunda Guerra Mundial. Com seus 143 metros de altura e 509 de extensão, foi inaugurado pelo então presidente Ernesto Geisel em 19 de agosto de 1978, e é tido como o maior viaduto ferroviário da América Latina e o segundo mais alto do mundo, atrás apenas do Viaduto Mala Rijeka, em Montenegro, de 198 metros de altura. Suas fundações são do tipo sapata corrida e estão enterradas a 21 metros abaixo do nível do solo. Cada pilar é formado por quatro paredes de 80 centímetros de espessura média.
(fonte: Wikipedia).

Obviamente, já que estávamos ali, resolvemos subir e caminhar pelo viaduto, a subida não era de chão batido e sim de pedras soltas, horrível!!! Segurar 300kg em duas rodas deslizando em tudo que é pedras é pra matar.



Mas valeu, o visual lá de cima é chocante, além disso deu até pra passear dentro do túnel que começa logo no final do viaduto.




Caminhar sobre a ponte é pura adrenalina, pena que não passou o trem...





Voltamos pela estrada de chão batido que costeia o rio, esta estava muito boa, é bem plana e dá pra rodar tranquilo, na verdade o que se anda na terra é praticamente a mesma coisa que por Vespasiano e sem passar pelo pavor das descidas de saibro.



Foi uma banda inédita, podem nos chamar de loucos (e até acho que somos mesmo), mas foi um passeio pra ficar na história, inclusive quebrei o paradigma da estrada de terra. Dá pra andar com Harley na terra sim! Só não queremos repetir a dose tão cedo de novo...hehe.

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